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Os Balls dos Anos 20 e o Harlem Renaissance

No início do século XX, uma subcultura homoafetiva começou a tomar forma nas ruas do Harlem em Nova York, movimento de empoderamento que daria início ao que conhecemos atualmente como cultura queer.

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Muito Além do Ármario: Os Balls dos Anos 20 e a contracultura preta no Renascimento do Harlem 

No início do século XX, uma subcultura homoafetiva e substancialmente afro-americana, começou a tomar forma nas ruas do Harlem em Nova York, movimento de empoderamento que daria início ao que conhecemos atualmente como cultura queer. Durante o período da “Renascença do Harlem” – ;movimento de orgulho racial representado pelo conceito do “Novo Negro”, que através da produção de literatura, arte e música poderia ressignificar o que forma o racismo a fim de promover uma política racial igualitária, o Harlem Renaissance, é considerado um renascimento as artes afro-americanas e o intróito da formação intelecto-discursiva queer.

Salão do Rockland Palace no Harlem dos Anos 20.

Uma época em que a sodomia AINDA era considerada crime em todos os Estados americanos, (prescrito apenas em 1962) punível com morte, o orgulho era constitucionalmente forçado a uma guarda à sete chaves. Partindo daí, é possível remontar as nuances históricas e perceber que a comunidade afro-americana, em geral, não tinha uma vivência confortável em quase nenhum dos cantos da cidade e nesta busca por refúgio e aceitação, a comunidade queer  afro americana e latina,  deu início a cultura “Ball”, um fenômeno contracultural enraizado na necessidade e no desafio. 

Em “Spectacles of Colors”, Langston Hughes descreve sua experiência em um drag ball na década de 1920: “O mais estranho e vistoso de todos os espetáculos do Harlem nos anos 20, é o baile anual do Hamilton Club Lodge no Rockland Palace Casino. É o baile onde os homens vestem-se de mulher e as mulheres vestem-se de homem. Durante o auge da era do Novo Negro e a invasão turística do Harlem, estava na moda para a intelectualidade e os líderes sociais do Harlem e do centro da cidade ocuparem camarotes neste baile e olharem para baixo acima, na multidão estranhamente variada na pista de dança, homens em vestidos esvoaçantes e cocares de penas e mulheres em smokings e terninhos.

— Langston Hughes

Na esquina da 155 com a Av. Frederick Douglass no Harlem, O Rockland Palace era um famoso salão de eventos onde rolavam reuniões políticas, eventos esportivos, concertos e elaborados balls eram realizados durante a Renascença do Harlem. Organizado pela organização fraternal preta, Odd Fellows, o Baile de Hamilton Lodge já embalou mais de 8 mil dançarinos e seguidores no auge de sua popularidade. Os espectadores iam desde as principais estrelas da sociedade negra, como os cantores Nora Holt e Taylor Gordon, os escritores Wallace Thurman e Bruce Nugent e os pilares da velha Nova York como os Astors e os Vanderbilts.

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O clássico documentário de Jennie Livingston, Paris is Burning, e, as mais recentementes Pose e Legendary, personificam os sonhados refúgios das drags e homoafetivos que circulavam ao som de Jazz pelas exuberantes pistas do Rockland Palace concretizando a mudança entre “cultura ball” para a “cultura house”, focando, principalmente, na intergeracionalidade LGBT negra e latina e a transformação da cena Ball em House Ball com a adoração a transgeneridade ball  com a paixão pela indústria da moda dos jovens queer no final dos anos 1980 em Nova York. 

Viva! Vogue! Orgulhe-se, o centenário da viadagem preta, POSE! 

Confira algumas fotos do Ball do Rockland Palace: 

 

“Good Morning revolution: you’re the very best friend I ever had. We gonna pal around together from now on.”Langston Hughes*

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“Bom dia revolução: Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Vamos juntos por aí de hoje para sempre.

Langston Hughes, poeta e ativista preto*

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