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Primeiras Impressões: Deadly Class | A nova série dos irmãos Russo

Após reformular o universo da Marvel nas telonas, os irmãos Russo assumem mais um conteúdo audiovisual inspirado em quadrinhos. Deadly Class incorporou características cinematográficas para trazer uma experiência refinada para o SyFy. Nessa resenha vamos falar sobre as primeiras impressões do primeiro episódio, exibido em 16 de janeiro.

Marcus Lopes é um adolescente órfão que após sofrer uma série de abusos decide matar todos que estavam no orfanato em que vivia, o protagonista acaba indo para as ruas, fugindo da polícia e se alimentando de restos, mas seu feito chama atenção da escola Kings Dominion, que reúne os adolescentes mais perigosos já encontrados, entre eles filhos de chefes mafiosos e grupos genocidas. Enquanto uma série sobre ensino médio divide os grupos entre os populares, esportistas, góticos, etc… Aqui temos os nazistas, a gangue negra, a máfia latina e a Yakuza, todos enfrentando problemas adolescentes como deveres de casa, crushes e a popularidade.

As histórias em quadrinho de mesmo nome fizeram certo barulho no mercado doméstico, com um arco de oito edições, já finalizadas, a adaptação televisiva fica por conta da dupla de irmãos que dirige os filmes de herói mais rentáveis da atualidade. Os irmãos Russo contavam com o grande desafio de construir uma estética que abraçasse a narrativa e ajudasse a desenvolver seus personagens carregados de particularidades, isso tudo sem desviar dos quadrinhos. As fontes escolhidas para essa roupagem provavelmente foram a fotografia de Tarantino, com tons quentes e revelando o lado visceral das cenas e a estética escolar de alguns animes, sim, uma escola com assassinos é algo comum de se encontrar em animações japonesas, já vimos isso em ‘Kill La Kill’ e ‘Assassination Classroom’. A trilha sonora é tão brega e megalomaníaca quanto a série merece, aceitar esse lado é essencial para que todos os elementos conversem quando se está contando esse tipo de história.

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Enquanto ao tom da série, é preciso aceitar muitas coisas para que você compreenda o que está se passando, o SyFy é conhecido por trazer séries com esse ar surreal, já vimos coisas do tipo em ‘Blood Drive’, em que sangue e violência para serem incorporados para a TV assumem um ar trash. Em Deadly Class não muda muita coisa, afinal estamos cruzando assassinos perigosos com dilemas juvenis num nicho que visa um público mais jovem. Se você consegue absorver isso vai passar pelo episódio se divertindo e curioso para o que pode vir.

No piloto  já captamos qual será um dos principais problemas da produção, mesmo a história sendo empolgante, o casamento entre ‘Machete Kills’ e ‘Degrassi‘ é complicado de compreender em um nível dramático, o ator e protagonista Benjamim Wadsorth parece não fazer ideia sobre qual lado, teen ou psycho, mostrar. Uma situação em que  Benjamim acerta é durante suas narrações, essa ferramenta traz o ar doentio que o público já conhece de outras séries como ‘Dexter’ e ‘Death Note’, essas seriam boas referências para que o personagem fosse adaptado. Os outros personagens abraçam suas particularidades de forma exagerada, o que funciona muito bem dentro da proposta mais cartunesca da série.

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Com um universo consistente, a série ainda precisa evoluir e aprender com seus pontos baixos, principalmente por ser uma adaptação, mas a história sem dúvidas vai chamar atenção de um público que vai adotá-la e dar espaço para essa evolução.

A nota para o piloto de Deadly Class, nossa Classe Mortal, é de três coroas e meia.

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